terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A sutil arte de dizer "bom dia" a desconhecidos!

Um dos treinos que mais gosto de fazer, é sair de casa aqui na Barra, e ir até o Leblon. Inclusive já fiz esse trajeto a noite e chovendo... Uma experiência muito doida e perigosa. Não indico!

Ocorre que 90% das vezes faço esse treino sozinho, e nesses momentos de solidão é comum pensarmos em várias coisas. Viagens a se fazer, amor, trabalho, problemas, a porcaria do time de futebol que não vence... Converso comigo mesmo o tempo todo, durante os 17k.

Em uma dessas reflexões tive este diálogo:
- Leo, você que é uma pessoa introvertida, porque quando está na estrada do Joá solta um "bom dia" para alguém que você não conhece?
- Sei lá! É um outro corredor vindo. Sai naturalmente!
- Mas se não fosse um "corredor" e sim uma pessoa de moto, ainda sim falaria um "bom dia"?
- Acho que não!
- Então é só com quem esta correndo mesmo?
- Isso.
- Sei... então porque quando esta na ciclovia, você não fala com todos os corredores desconhecidos que passam por você?
- Mas eu falo com os desconhecidos que estão com o mesmo uniforme da minha assessoria.
- Se eles não tivessem de uniforme na ciclovia, você não falaria?
- Não sei... Mas bem provável que não.
- Se em vez da ciclovia, esses desconhecidos tivessem no Joá ou nas Paineiras, você falaria?
- Creio que sim!
- Mas eles estão sem os uniformes!
- Eu sei!
- Então o problema é a Ciclovia?
- ...

E nessa conversa sem fim, nem percebo que o treino passou.

Veja se não sai um "bom dia"naturalmente? rs

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O dia que virei Maratonista

CAP.01 - O ANTES
Esperei ansiosamente por esse dia. Fiz planos, treinei bastante, me imaginei percorrendo cada um dos 42k que ligam o Recreio até o Aterro do Flamengo. No dia anterior jantei no Ráscal junto com amigos corredores que vieram de Salvador. Na minha cabeça tudo era lindo! E realmente foi em boa parte (chegarei lá, ainda nesse post).

O domingo amanheceu bem bonito. Sol com frio é uma combinação perfeita. Se pudesse, gostaria que o tempo fosse assim pra sempre. =)

Resolvi correr de manga comprida e com um short que tinha usado apenas uma única vez. O fato dele ser bem curto e não ter bolso, deixava ele guardado lá no fundo da gaveta. Mas achei que ele seria uma ótima opção, é bem leve e deixaria a perna solta, afinal tinha em mente correr durante umas 4 horas seguidas. Não é que o desgraçado me assou a prova inteira? Me deixou em carne viva! Se não existe assadura de oitavo grau, acabei de criar!

CAP.02 - A PROVA Parte 1
Fiz um início de prova muito bom. Corri tranquilo, sem fazer muito esforço. Eu não uso relógio, então confio na resposta que meu corpo me manda. A Reserva, que em outro momento já foi um trecho interminável, dessa vez passou que nem senti. Estava muito focado, chegando na primeira metade da prova tranquilo, era um ótimo sinal, porque a minha corrida mesmo iria começar nos 21k finais.
Nessa primeira metade foquei num cara que tinha cara de triatleta, o relógio dele funcionava apitando como um metrônomo ditando o ritmo.

CAP.03 - A PROVA Parte 2
Comecei a me sentir um pouco cansado quando subi a Niemeyer. Nos meus treinos, esse trecho era o que eu mais gostava, significava que estava acabando e o fato de ter uma subidinha e logo depois uma descida deixava as pernas mais leves e soltas. Mas não foi isso que aconteceu. Senti a musculatura ficando dura, dobrar a perna já não estava tão fácil.

No meio de Ipanema senti a minha primeira câimbra na batata da perna esquerda. Mas continuei correndo. Por sorte o Renatão (Runners Club) apareceu do meu lado de bicicleta perguntando se estava tudo bem... Me deu um Gelol em spray e foi me acompanhando, e me dando força. Ele foi o primeiro de uma série de pessoas responsáveis por me ajudar terminar a prova... vai vendo!

Entrei em Copacabana, já com câimbra nas duas pernas, e pra piorar fui ficando fraco. Já tinha perdido muito sal. Fiz esse trajeto muito, muito, muito mal. Alternava entre correr, andar, sentir vontade de vomitar e segurar as câimbras. Atravessei o túnel e cheguei em Botafogo! Minha antiga casa. Conhecia cada metro ali. Sonhava com uma Coca Cola nesse momento. =)

A Mai, depois de ter feito 21k e ter baixado 10 minutos do tempo dela, voltou mais 2k só pra me buscar. Ela tinha me prometido e realmente eu precisava dela ali. Estava muito fraco, sentia que podia desabar a qualquer momento. Olhava a ambulância passando e pensava comigo "Esse é o meu taxi de volta pra casa" rs.

Já com o olho quase fechando, encontrei o Guilherme, que me deu uma garrafa d'água que joguei na cabeça pra despertar e me deu uma força muito importante naquele momento. Queria completar a prova. Estava certo que esse último km eu iria somente andar. Que esse sofrimento iria acabar.

Outra pessoa importante nesse final foi o Caco. Que não me deixou andar. Inclusive diminuiu o ritmo dele só pra ficar ali do lado dando uma moral. Porra! Se o cara compromete o tempo final dele só pra me ajudar, o mínimo que eu podia fazer era tentar correr novamente. ahaha Foi o que fiz!

Terminei a prova, acho que em 4h06!

CAP.04 - FINAL
Estava tão mal no final, que tive até uma alucinação. Vi a tenda da Runners aonde não existia rsrs.
Sorte que estava com a Mai, fiquei muito orgulhoso por ter me carregado nos últimos kms e ter me conduzido pra tenda de forma segura e sem maiores alucinações ahaha.

Ainda tive uma crise pesada com as câimbras nas pernas... Eu sou acostumado com a dor, mas nunca me aconteceu de ter 5 ou 6 câimbras de vez nas 2 pernas ao mesmo tempo. Já não bastava ter sofrido durante a corrida, ainda tinha que passar por isso?

O fato é que agora eu sou Maratonista! E o sofrimento é necessário pra você respeitar essa distância. É a marca que ela deixa em você.

Queria agradecer em especial a equipe RUNNERS CLUB. Que com certeza sem eles eu não teria completado essa prova e realizado esse sonho!




segunda-feira, 27 de maio de 2013

A esdrúxula relação entre o feriado e os kits de corrida.


Essa semana tem um feriadão! Quando lembro disso me bate a mesma sensação de achar aquele dinheiro perdido no bolso. Não importa se são 50 ou 5 reais... a felicidade é a mesma.

Então, toda vez que surge um feriado, é uma boa chance de ir a Salvador visitar meus pais. Passagem pro nordeste é caro, fico pensando que se talvez eles morassem em Buenos Aires seria mais barato de ir visita-los.

Mas porque estou falando isso?

É que alem de matar as saudades aproveito pra levar muita coisa que não uso para doação. Nessas horas é que dou conta da quantidade de "kits de corrida" que não aproveito.

Quando comecei a me inscrever em provas (2009), achava o máximo. Me lembro até hoje do meu primeiro Circuito das Estações Adidas... até então eu corria com camisa de Futebol (pirata), e enxergava naquela nova camiseta de poliamida, como o meu uniforme de treino. A sacolinha também era ótima, podia colocar o tênis. Maravilha!

Veio a segunda corrida, ganhei mais uma camiseta e mais uma sacolinha. Ótimo, agora tenho duas e posso revezar. A sacolinha... sei lá! Eu uso pra guardar meias. Está tranquilo!

Terceira corrida e mais camiseta, sacolinha...

Depois de umas 10 camisetas e sacolinhas, resolveram que agora também iria uma viseira e um squeeze... Nem preciso dizer que a essa altura já tenho umas 17594759 camisetas, sacolinhas, viseiras, squeezes. Aqui em casa eu e a Mai participamos das provas, ou seja... dobre o número de tudo isso aí.

Não aguento mais kits de corrida! 

Porque não criam uma prova aonde exista a opção NÃO QUERO O KIT. O valor da inscrição seria bem mais em conta. Caso o corredor se interesse pelo kit, ele paga a mais. Simples!

Será que é pedir muito ter apenas um número e um chip?

domingo, 19 de maio de 2013

Corrida da Ponte

Pra começar, eu não iria fazer essa prova. Achava que o percurso tinha tudo pra ser chato. Aquela mesma sensação de correr na esteira, correr, correr, correr e a paisagem continuar igual...sabe?

Outro motivo, era o fato da prova não fazer sombra em nenhum momento, e ainda ter os últimos kms na Perimetral. Isto não é nem um pouco convidativo.

Pra finalizar, largar as 7h em Niterói significa ter que acordar as 4h da manhã.
Tinha grandes chances de furar... Falei "tinha" porque apesar de tudo, eu fui!

Cheguei cedo, andei de barca pela primeira vez! =)

Como saí de casa e ainda estava escuro e frio, fiz a opção em correr de calça e manga comprida. O sol apareceu e por sorte não incomodou. Poderia ter acabado com a minha participação! Já imaginou correr na ponte em um dia quente de sol forte? Tenho certeza que morreria!

Achei o início da prova meio confuso, comecei a correr sem saber se de fato tinha começado. Inclusive foi anunciado que faltando 2 minutos para largar, iriamos cantar o hino nacional, mas acho que estava todo mundo com sono e o estagiário iniciou a prova sem esperar.

Em 100% das vezes, eu corro sem saber qual o meu ritmo. Dou um Start no aplicativo, enterro o iphone na braçadeira e só tiro quando chego. A única informação que tenho, é a que o corpo me diz. E ele me dizia..."esse ritmo está bom! Fica tranquilo, não precisa apertar e segue reto toda a vida!"

Entrei na ponte, ponte, ponte, ponte.... ponte que sobe, ponte que desce, ponte, ponte, ponte...aí teve mais ponte. (Depois, mentalmente repita esse parágrafo trocando a palavra "ponte" por "Perimetral")

Continuando...

Passou pelo Aeroporto Santos Dumont, aí é só alegria!

Terminei a prova em 1h52. Meu aplicativo NikeRunning tomou um ácido e marcou 23k. (Vou comprar um Garmim, pode deixar!)

Gostei muito da Corrida da Ponte! Com certeza repetirei em 2014.




sexta-feira, 17 de maio de 2013

Um só caminho!



Será minha primeira corrida saindo de uma cidade e chegando em outra.

Esse é o primeiro passo para dar uma volta ao mundo correndo... ahahaha
Tem que pensar grande, afinal é só um pensamento.

Ahh! Será meu primeiro passeio de barca também... não que isso seja empolgante, mas...

Niteroi - Rio de Janeiro

terça-feira, 14 de maio de 2013

Aonde os Fracos também tem vez!



Lembro que no meu primeiro treino fartlek, o treinador na época me falou:
- Quero que você vá até o 1k em ritmo leve, e volte até aqui em um ritmo bem forte. Vamos fazer isso 5x, totalizando 10k de treino.

Pois bem... estava começando a correr, achava que o grande lance da corrida era ser rápido. Esse era o objetivo. Me destacaria dos outros pela velocidade. Fui bem leve e desci o cacete na volta. Fiz o kilometro em 3 minutos e pouco.

Meu coração veio na boca, senti gosto de sangue, e por pouco não vomitei no final. Nem preciso falar que o treino acabou ali. Em vez de 10k, fiz 2k. Não tive mais força nem pra andar. Nesse dia percebi que eu fui totalmente idiota. Quis fazer algo que não estava preparado.

Treino umas 4x na semana, sigo uma planilha, tenho um treinador, mas tenho uns amigos que não treinam NUNCA. E toda vez que tem uma provinha, se inscrevem pela diversão e fazem mais rápido que eu. Fico Puto!!! ahaha

O mesmo sentimento vale para aquele corredor que está fantasiado de galinha, ou o que corre de bermuda de surf e tênis de futsal, o vovô, o gordinho...

Ficou parecendo que sou mega competitivo, e não aceito perder. Mas não é nada disso. Aliás nessa vida eu mais perco do que ganho. rs

Hoje enxergo bem diferente. Correr não é competir com os outros pra vê quem é o mais rápido. E sim uma competição interna com você mesmo.  Convenhamos que perder quando está competindo sozinho é impossível.

A corrida abraça todo mundo: O feio, a bonita, o gordo, o magrelo, o bombado, o advogado, o pedreiro, o gay, o deficiente, o jovem, o velho, ricos e pobres... (chega de exemplos, já deu pra entender)

Somos vencedores!


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Cadê o suor?



Este vídeo foi feito com corredores amadores logo após a façanha inspiradora de completar os 42k da Great Limerick Run. As imagens contam a sua própria história de dor, sofrimento e a glória.

Limerick é conhecida como a capital esportiva da Irlanda. De acordo com um relatório de impacto econômico e social, encomendado pela Câmara Municipal de Limerick, 49% dos entrevistados começaram a se exercitar tendo como motivação principal, a participação neste evento.

É compreensível que por se tratar de uma maratona na Irlanda, as pessoas terminem a prova sem suar, ok?



Se não cabe, é porque não precisa!



Toda vez que vou viajar, faço um esforço enorme para levar apenas aquilo que vou utilizar. Porque é tão difícil acertar? Quando percebo levei um bando de coisa inútil que só fez ocupar espaço e consequentemente carreguei peso a toa.

A VSTR desenvolveu uma mochila linda pensando em sujeitos despreparados como eu, com o conceito de "if it doesn't fit in your bag - you don't need it".